terça-feira, 10 de novembro de 2009

Garoto Selvagem


Historicamente as pessoas surdas não podiam ser educadas, por serem comparadas aos “idiotas” como se referiu Dr. Pinel no filme francês de 1970 “O Garoto Selvagem”.
O termo “idiota” era utilizado para denominar as pessoas que apresentavam deficiência intelectual, considerando-as incapazes para a aprendizagem, para educação e socialização .
Os surdos foram excluídos da sociedade, pois não possuíam uma linguagem reconhecida e respeitada que proporcionasse a valorização de sua comunicação e expressão.
A partir das pesquisas, estudos e treinamentos que o Dr. Itard realizava com o menino Victor, no filme “O Garoto Selvagem”, percebi que para alguém surdo aprender a ler é necessário utilizar-se da experiência visual para a percepção do mundo letrado a sua volta. Necessitam realizar a associação das palavras com objetos. As figuras, símbolos ou objetos dão significado as palavras.
Quando uma criança apresenta uma deficiência, começa para ela e para sua família ou responsáveis ,uma longa história de dificuldades. Não é apenas a deficiência que torna difícil a sua existência, mas a atitude das pessoas e da sociedade diante de sua condição de “diferente”. Isto foi bastante focado no filme, principalmente na fase inicial onde o menino ficava exposto a curiosidade dos outros, era maltratado por outras crianças e explorado pelos guardas no colégio dos surdos-mudos.
Ser portador de deficiência nunca foi fácil nem “aceitável” com base nos padrões de normalidade estabelecidos pelo contexto sócio cultural. Outrora, os surdos eram considerados como um mal a ser evitado, perseguidos e isolados , não podiam usufruir de todos os direitos como um cidadão qualquer, não podiam expressar-se através de sinais, alegando que a mesma destruía a capacidade da fala dos surdos, afirmando que os mesmos eram preguiçosos para falar, preferindo a usar a língua de sinais.
O cuidado e a educação para com os surdos vêm mudando gradativamente., diferentes olhares foram lançados com relação aos sujeitos surdos, mas o mais importante é que atualmente podemos conviver com o sujeito surdo em situações diversas, tanto formais como informais, todos integrados através das relações sociais e culturais, sempre respeitando e valorizando de forma harmônica as diferenças culturais existentes.

Um comentário:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Oi Rita! Não assisti o filme, mas pelo que contas parece ser bem interessante. Você acha que a falta de conhecimento sobre determinado assunto é o que gera o preconceito?? Abraços