terça-feira, 10 de novembro de 2009

Garoto Selvagem


Historicamente as pessoas surdas não podiam ser educadas, por serem comparadas aos “idiotas” como se referiu Dr. Pinel no filme francês de 1970 “O Garoto Selvagem”.
O termo “idiota” era utilizado para denominar as pessoas que apresentavam deficiência intelectual, considerando-as incapazes para a aprendizagem, para educação e socialização .
Os surdos foram excluídos da sociedade, pois não possuíam uma linguagem reconhecida e respeitada que proporcionasse a valorização de sua comunicação e expressão.
A partir das pesquisas, estudos e treinamentos que o Dr. Itard realizava com o menino Victor, no filme “O Garoto Selvagem”, percebi que para alguém surdo aprender a ler é necessário utilizar-se da experiência visual para a percepção do mundo letrado a sua volta. Necessitam realizar a associação das palavras com objetos. As figuras, símbolos ou objetos dão significado as palavras.
Quando uma criança apresenta uma deficiência, começa para ela e para sua família ou responsáveis ,uma longa história de dificuldades. Não é apenas a deficiência que torna difícil a sua existência, mas a atitude das pessoas e da sociedade diante de sua condição de “diferente”. Isto foi bastante focado no filme, principalmente na fase inicial onde o menino ficava exposto a curiosidade dos outros, era maltratado por outras crianças e explorado pelos guardas no colégio dos surdos-mudos.
Ser portador de deficiência nunca foi fácil nem “aceitável” com base nos padrões de normalidade estabelecidos pelo contexto sócio cultural. Outrora, os surdos eram considerados como um mal a ser evitado, perseguidos e isolados , não podiam usufruir de todos os direitos como um cidadão qualquer, não podiam expressar-se através de sinais, alegando que a mesma destruía a capacidade da fala dos surdos, afirmando que os mesmos eram preguiçosos para falar, preferindo a usar a língua de sinais.
O cuidado e a educação para com os surdos vêm mudando gradativamente., diferentes olhares foram lançados com relação aos sujeitos surdos, mas o mais importante é que atualmente podemos conviver com o sujeito surdo em situações diversas, tanto formais como informais, todos integrados através das relações sociais e culturais, sempre respeitando e valorizando de forma harmônica as diferenças culturais existentes.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

*Temas Geradores - Paulo Freire



Na década de 1960, Paulo Freire, educador brasileiro, desenvolveu uma obra caracterizada mais como uma reflexão sobre o significado da educação, do que um método como muitos educadores denominam. Esta reflexão desenvolveu uma maneira de alfabetizar adultos das classes populares que incluía palavras e temas geradores.
A idéia de temas geradores foi ampliada e aplicada também em outras modalidades e níveis de ensino. Em síntese o tema gerador é retirado da realidade vivenciada do educando e tem como objetivo a conscientização política do aluno para a transformação da sociedade. Inicia-se uma busca conjunta entre professor e aluno das palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu vocabulário utilizado e da comunidade onde vive. Em seguida, o educador juntamente com seus alunos, desenvolve um momento de tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas. Concluindo, o professor desafia e inspira o aluno a superar a visões distorcidas ou alienadas sobre o mundo, para obter uma postura conscientizada sobre ele. Nesse sentido o aluno explora o tema, faz uma reflexão individual e coletiva para depois se posicionar criticamente diante dos problemas sociais que enfrenta sua comunidade, seu bairro ou seu país.
"...Daí a necessidade fundamental que tem o educador popular de compreender as formas de resistência das classes populares, suas festas, suas danças, seus folguedos, suas lendas, suas devoções, seus medos, sua semântica, sua sintaxe, sua religiosidade".(FREIRE, 1993:48)
Nesse pequeno trecho de Paulo Freire, citado acima, resume-se que reconhecer-se como educador popular é assumir-se parte do processo de aprendizagem, comprometer-se com o saber popular é assumir-se como parte do processo de aprendizagem, comprometer-se com o saber popular, é conhecer a história do nosso educando da qual também somos parte integrante e para trabalharmos com a idéia de temas geradores isto deverá ser imprescindível.


Bibliografia:
FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In:_______. Pedagogia do Oprimido. 40ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. P.89-101.
FREIRE, Paulo. Política e Educação. 4ª edição. São Paulo, Cortez, 1993. P.48.
VANTI, Elisa. Projetos Interdisciplinares. 1ª edição. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2007. p.26.

Pedagogia de Projetos

Realizando leituras indicadas através da interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação, referentes a Pedagogia de Projetos (Hernández e Ventura- 1998) descobri alguns aspectos positivos e desafiadores do trabalho de projetos, que são os seguintes:
O trabalho por projetos surge da necessidade de desenvolver um trabalho pedagógico que valorize a participação do educando e do educador no processo de ensino aprendizagem, tornando-os responsáveis pela elaboração e desenvolvimento de cada projeto de trabalho.
Os projetos de trabalho contribuem para uma resignificação dos espaços de aprendizagem de tal forma que eles se voltem para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes.
Cada aluno traz consigo uma história de vida, modos de viver e experiências culturais que devem ser valorizados no seu processo de desenvolvimento. Essa valorização se dá a partir do momento que ele tem oportunidade de decidir, opinar, debater, construir sua autonomia e seu comprometimento com o social, identificando-se como sujeito que usufrui e produz cultura, no pleno exercício de sua cidadania. Daí o desafio de garantir a importância da participação de cada um no desenvolvimento do projeto de trabalho desde o seu início.

sábado, 31 de outubro de 2009

*Aprendendo sobre EJA


A partir da leitura do texto, “Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem” de Marta Kohl de Oliveira, tive oportunidade de aprofundar meus conhecimentos referentes as características dos educandos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), e reconhecer que o educador necessita levar em conta em sua prática pedagógica, que jovens e adultos necessitam de um olhar voltado para o sentido de que são sujeitos que possuem uma história de vida diferenciada , que são portadores e produtores de conhecimentos específicos, que precisam ser trocados com o próprio educador, numa relação de aprender e ensinar, que é característica de uma educação escolar voltada aos interesses da formação cidadã.

“Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender...” (FREIRE,1997, p.25)

Os educandos jovens e adultos, segundo a autora do texto possuem aspectos homogêneos e heterogêneos. A clientela da EJA apresenta homogeneidade porque agrega membros em condição de “não-crianças”, de excluídos da escola, e de pertinentes a parcelas “populares” da população, pouco escolarizadas e inseridas no mundo do trabalho em ocupações de baixa qualificação profissional e baixa remuneração e apresentam heterogeneidade no desenvolvimento de formas peculiares de construção do conhecimento e de aprendizagem, o funcionamento psicológico dos educandos se diferem dentre os grupos, ou seja, alguns jovens e adultos de um certo grupo cultural, apresentam pensamento referido ao contexto da experiência pessoal imediata, dificuldade de operação com categorias abstratas, dificuldade de utilização de estratégias de planejamento e controle da própria atividade cognitiva, enquanto outros deste mesmo grupo não apresentam estas características, mas também ocorre que jovens e adultos de outro grupo cultural, com outra história de formação intelectual , poderão apresentar as mesmas características citadas no grupo anteriormente referido.

Bibliografia:
OLIVEIRA, Marta Kohl. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro de 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários para a prática educativa. 2ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

*Falando de Violência nas Escolas


Participei da construção do Projeto de Aprendizagem que tem como foco o problema da Violência nas Escolas http://discutindoaviolenciaescolar.pbworks.com/
e pude concluir que na escola são refletidos muitos conflitos sociais ,então, ela deve orientar sua ação no sentido de se proteger desses conflitos, da situação de violência que se vive na sociedade, e tentar criar um clima de convivência que ajude os alunos a se tornarem cidadãos responsáveis para que, posteriormente, ajam como tal na sociedade. Sabemos que não é fácil avançar nesta direção, porém se faz necessário. Para isso dispomos de alguns meios como: favorecer a participação das famílias em eventos e atividades diversas na escola, propiciar aos alunos a participação na definição das normas de convivência, promover reflexões e debates (envolvendo pais, professores e alunos) referentes a temas que envolvam bullying, problemas sociais, conflitos , falta de limites, desamparo familiar, influência da mídia, drogas e importância da afetividade, criar oficinas em horários diferenciados da aula que envolvam os alunos em atividades artísticas, esportivas, etc.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

*Narrativa Infantil



A narrativa da menina Bruna - 5 anos- nos mostra claramente que ela mistura fatos de ficção, fantasia e realidade.
Bruna através da narrativa mostrou-nos o sentimento de tristeza quando acontece de perdemos alguém que gostamos e precisamos muito. No decorrer da narrativa nos disse que o elefante havia fugido do circo, em outro momento disse que dois ladrões haviam roubado o elefante.Bruna tentou nos dizer que não deve-se separar quem se gosta. No final da história , como num passe de mágica tudo ficou resolvido, até melhor de como era antes.
Ao contar algumas partes , a menina dramatizava o sentimento dos personagens através de gestos e o tom de voz.
Nesta narrativa nota-se que a criança ainda tem uma linguagem um pouco confusa, mas sabe-se que com o passar do tempo organizará melhor seu pensamento.
O caso contado na narrativa tem ligação, também, com a presença do faz de conta no pensamento infantil e a maneira de aprender o mundo e elaborar os sentimentos, que é uma característica marcante nas crianças nesta fase inicial.
O fato contado na narrativa da criança não quer dizer que ela já tenha vivenciado uma situação como a que contou. Não podemos concluir que tudo que as crianças contam em suas narrativas, já tenha ocorrido com elas ou com alguém próximo.

Bibliografia:
Gurgel, Thaís. Tem um Monstro no Meio da História. In: Revista Nova Escola. Agosto,2009.

sábado, 3 de outubro de 2009

*Comunicando-me com os Surdos

Eu nunca havia tido antes um contato direto com uma pessoa surda, tive este prazer na aula presencial de LIBRAS com a professora. Já observei pessoas surdas comunicando-se em diversos lugares como: no ônibus, no shopping ou em praças.
Tenho muito respeito e admiração pelas pessoas surdas. Os surdos têm os mesmos direitos que qualquer outro cidadão além de ter também o direito de usar LIBRAS livremente ( decreto nº 5.626/05) e ter vida associativa devendo ser objetivo primário de toda Associação de Surdos a promoção da vida da comunidade surda, afim de que a cultura surda seja conservada e desenvolvida.
Ao comunicar-me com uma pessoa surda, procuraria falar de maneira clara, pronunciando bem as palavras cuidando para usar uma velocidade normal e não rápida demais.
Falaria usando um tom de voz normal, diretamente com a pessoa (não de lado ou atrás dela), procuraria falar com a boca visível, em lugar iluminado e usando gestos ou alguma linguagem de sinal que já conheço.
Ao falar com uma pessoa surda, ficaria mantendo contato visual, sem desviar o olhar.
Outra opção, para comunicar-me com alguém surdo, seria através de bilhetes ou através de intérprete.
As escolhas sobre o ambiente linguístico em que a criança que possui deficiência auditiva crescerá, a opção do uso ou não da Língua Brasileira de Sinais e a escolha de ajudas técnicas e tipo de educação adotado vão determinar a maneira como o desenvolvimento social da criança irá acontecer.
Se for negada à criança a oportunidade de adquirir e desenvolver uma língua natural, crescerá com um enorme déficit a nível linguistico, que comprometerá todo o seu desenvolvimento social, cultural, psicológico e afetivo, o que dificultará sua construção identitária .
A comunicação é vital na construção da identidade. O contato precoce entre o adulto surdo e a criança surda, através de uma língua gestual, é o que proporcionará o acesso à linguagem. Desta forma, estará também assegurada a identidade e cultura surda, que serão transmitidas naturalmente à criança surda pelo adulto surdo .
Para interagir melhor com as pessoas surdas precisarei dedicar-me ao estudo de LIBRAS e não ter medo nem receio de realizar comunicação, criando laços de afetividade, confiança e reciprocidade, interagindo verdadeiramente com elas.

Bibliografia:
Wikipédia, A Enciclopédia Livre. Pessoa Surda
Comunidade e Cultura Surda do Brasil (texto indicado pela interdisciplina LIBRAS- PEAD- FACED-UFRGS, 2009, eixo VII)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

*Leitura do Mundo e Leitura da Palavra


Como resultado de estudos do texto,Alfabetização e a Pedagogia do Empowerment Político do autor Giroux, indicado pela interdisciplina EJA, posso destacar que as práticas alfabetizadoras que considerem a união entre a leitura do mundo e a leitura da palavra, tomando o diálogo igualitário como fator imprescindível, indicam que a alfabetização não pode envolver somente os aspectos instrumentais da escrita.
Segundo Giroux (1990) a alfabetização em Freire não é meramente uma habilidade técnica. A alfabetização que envolve a leitura do mundo e a leitura da palavra, é compreendida como um projeto político no qual homens e mulheres afirmam seu direito e sua responsabilidade não apenas de ler, compreender e transformar suas experiências pessoais, mas também de reconstruir sua relação com a sociedade mais ampla.

"Se a educação não é fazedora de cidadania, a alfabetização, e, sobretudo uma certa forma de trabalhar a alfabetização, pode constituir-se num fator, numa espécie de empurrão necessário na busca da cidadania. É preciso ficar claro que o fato de ler hoje, o que não lia ontem, em termos de palavras, não significa que ninguém virou cidadão". ( Freire, 1990)

Bibliografia:
FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
GIROUX, H. A. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político. In FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

*O Letramento adotado pela Escola


Na prática, o que se observa muitas vezes é que a escola não vem desenvolvendo atividades de leitura e escrita dentro de uma perspectiva ampla, onde haja realmente um processo dinâmico e ativo, ou seja, ler algo implica em não só saber o seu significado, mas também trazer aquilo que foi lido para nossa visão de mundo como leitor. Se a escola conceber o processo de ler e escrever como um processo dinâmico, naturalmente estará priorizando a formação de um leitor crítico e criativo, um sujeito letrado.
Existem educadores, que preocupam-se em enfatizar somente o trabalho de levar os educandos a adquirir os mecanismos básicos da grafia que lhes permitam o acesso ao mundo escrito. Aprender a ler e escrever não se restringe apenas em uma decodificação de signos linguisticos. Em nossa sociedade atual, não basta apenas dominar as técnicas de leitura e escrita, mas é necessário saber fazer uso do ler e escrever, saber responder as exigências de leitura e escrita que essa sociedade faz continuamente.
Kleiman (2006) fala que agências de letramento como a família, igreja e a rua como lugar de trabalho, mostram orientações de letramento muito diferentes da escola que é a mais importante das agências de letramento.
Segundo Street (1984), existem duas concepções de letramento que são a autônoma e a ideológica as quais se contrapõe.
O modelo autônomo é considerado por pesquisadores um tanto parcial e equivocado, é o modelo que prevalece na nossa sociedade, vem se reproduzindo desde o século passado. Neste modelo a escrita é um produto completo em si mesmo, que não estaria preso ao contexto de sua produção para ser interpretado, no modelo ideológico podemos notar que a escrita não constitui a parte essencial, o letramento envolve também a oralidade, o diálogo e uma ampla prática discursiva.
Através da leitura do escrito, a criança poderá reconhecer não só a leitura do real, que ela já faz, mas também ascender a outras visões do mundo, com as quais poderá dialogar, modificando, enriquecendo, questionando o texto do "outro" e/ou sua própria realidade.
Bibliografia:
Kleiman, Modelos de Letramento e Práticas de Alfabetização na Escola, 2006.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As Emoções e a Aprendizagem


Ao ler o texto "Aprender com os Outros" refleti no quanto a afetividade pode impedir, provisoriamente, que um aluno compreenda um determinado conteúdo ou estabeleça uma determinada relação com as regras. Nosso estado emocional perante uma tarefa ou determinada atividade poderá intervir muito no seu desenvolvimento. Podemos sentir prazer, decepção, sentimentos de fadiga, de aborrecimento ou de descontentamento. Quem de nós já não passou pela experiência de ter que realizar uma atividade com sentimento de descontentamento e tristeza ou, o contrário, com sentimento de prazer e alegria? Realmente acredito que isto faz muita diferença na hora da aprendizagem. As emoções e sentimentos são fundamentais nos processos de desenvolvimento dos seres humanos e nas suas aprendizagens.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

*Conhecendo a EJA


A partir das leituras propostas na unidade 1 , pela Interdisciplina Educação de Jovens e Adultos no Brasil, tive a possibilidade de adquirir um maior conhecimento referente ao conceito e funções desta modalidade de ensino. Tenho contatos com a EJA, pois na escola em que trabalho o turno da noite contempla esta modalidade de ensino e troco muitas idéias com os professores e alunos que fazem parte da mesma. Destaco um fato bastante interessante é que muitos irmãos e pais de alunos meus, do Ensino Fundamental do turno dia, estudam na escola à noite e sentem-se felizes por estudarem na mesma escola que seus familiares e poder auxiliá-los ou realizar juntamente com eles várias tarefas propostas pela escola. Aprofundar o estudo referente a EJA me fez descobrir que para alguns, infelizmente, a Educação de Jovens e Adultos ainda é vista como uma forma simplesmente de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram que abandonar a escola. Estes, estão equivocados, pois a EJA trata-se de muito mais, preparando os alunos em um processo educativo bastante aprofundado chegando a abranger o lado individual, social e o profissional dos educandos. Para tanto, a EJA, exerce funções como a REPARADORA que dá uma oportunidade concreta de haver a presença dos jovens e adultos na escola, principalmente para os que não tiveram uma adequada correlação idade/ano escolar em seu itinerário educacional e nem a possibilidade de prosseguimento nos estudos. A EJA torna-se uma alternativa viável em função das especifidades sócio-culturais destes segmentos para os quais se espera uma efetiva atuação das políticas sociais. Por isso , a EJA, necessita ser pensada como um modelo pedagógico próprio a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer necessidades de aprendizagem de jovens e adultos. A função EQUALIZADORA da EJA representa uma promesssa de efetivar um caminho de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. Nela adolescentes, jovens e adultos e idosos poderão atualizar conhecimentos, mostrar habilidades, trocar experiências e ter acesso a novas regiões do trabalho e da cultura. A EJA é uma promessa de qualificação de vida para todos, inclusive para os idosos que têm muito para ensinar às novas gerações. Na função QUALIFICADORA podemos ver o próprio sentido da EJA. Nesta função a EJA torna-se um apelo para a educação permanente e criação de uma sociedade educada para o universalismo, a solidariedade, a igualdade e a diversidade. Cada educando poderá descobrir-se e identificar uma vocação pessoal, que muitas vezes ficou obscura dentro de si por causa de uma sociedade onde o imperativo do sobreviver comprime os espaços da estética, da igualdade e da liberdade.


Referências:
Parecer CEB nº 11/2000- Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Relator: Carlos Roberto Jamil Cury

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

* Marcas Inesquecíveis


A atividade 1 , proposta pela interdisciplina : Didática, Planejamento e Avaliação foi bastante interessante, a ponto de fazer com que me reportasse ao tempo de ginásio, relembrando com mais duas colegas que trabalham comigo e que foram minhas colegas de classe no passado, "marcas", ou melhor, características marcantes lembradas até hoje, deixadas por alguns professores que passaram por nossas vidas. Alguns deixaram marcas boas, gostosas de serem lembradas, outros, marcas desagradáveis que nos revelam o que nossos alunos não gostariam que fizéssemos.
Então, comecei a refletir:
Quais serão as marcas que deixo a meus alunos? Para muitos, espero que sejam marcas agradáveis e boas.
Quero ser reconhecida como uma professora que realiza um trabalho não alienado, de interações. Como alguém que tem capacidade de conhecer o desenvolvimento dos educandos. Quero ser vista como uma amiga, que na sala de aula, trabalha juntamente com os alunos de forma significativa, num clima de amizade, respeito e afeto, dando aos mesmos apoio e subsídios necessários para uma verdadeira aprendizagem.
Piaget (1984:15) é afirmativo em relação ao papel do professor:

"Mas é evidente que o educador continua indispensável, a titulo de animador, para criar as situações e armar os dispositivos iniciais capazes de suscitar problemas úteis à criança, e para organizar, em seguida contra exemplos que levem à reflexão e obriguem o controle das soluções demasiado apressadas: o que se deseja é que o professor deixe de ser apenas um conferencista e estimule a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com as transmissões de soluções já prontas".

Referência:

PIAGET, Jean. PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO? 8. ed.Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio,1984.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PEAD - Eixo VII - 2009/2



Interdisciplinas do Eixo VII


  • Didática Planejamento e Educação

  • Educação de jovens e adultos no Brasil

  • Lingua Brasileira de Sinais - LIBRAS

  • Linguagem e Educação

  • Seminário Integrador VII

Conclusão do Eixo VI

CLIQUE AQUI e veja a versão Final do Portfólio 2009/1 - Eixo VI

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Deficiência Intelectual


A escola como espaço inclusivo deve oportunizar ao Deficiente Intelectual o desenvolvimento das diferentes habilidades, organizando seu currículo levando em conta que as crianças e adolescentes possuem características, necessidades e habilidades que são únicas, respeitando assim o processo de cada um. A escola precisa oferecer desafios adequados aos alunos deficientes intelectuais, valorizando suas habilidades e trabalhando suas potencialidades. A deficiência intelectual tem suas causas em situações pré-natais, peri-natais e pós natais. A intensidade do comprometimento esta relacionada a sua causa e aos fatores culturais e sociais que fazem parte da história do sujeito. O primeiro meio social em que o ser humano vive é a família, para o deficiente ela desempenha um papel fundamental no seu desenvolvimento, a partir de sua aceitação, na busca de oportunidades para o seu crescimento, ela estará contribuindo para o desenvolvimento de seu potencial. Se a família acreditar na capacidade do deficiente ele poderá usufruir um espaço mais amplo e construtivo para sua inclusão social e para o exercício de sua cidadania, tornando-se um sujeito de direitos, capaz de produzir e contribuir na diversidade da sociedade.
Colocações de Mantoan (1991,p55) são muito significativas:
\"já ficou claro que a inteligência dos deficientes evolui na medida em que se atua pedagógicamente em duas frentes: a que se refere à solicitação do desenvolvimento das estruturas mentais e a que propicia uma melhoria de condições de funcionamento intelectual. Têm-se portanto, de assegurar ao sujeito cognitivamente prejudicado uma ação concomitante de apoio e estimulação da construção de seus instrumentos intelectuais (estrutura mental) e de utilização mais ampla, adequada e eficiente dos mesmos na resolução de situações- problemas (funcionamento intelectual)\"
"A solicitação do meio é fundamental. Mesmo apresentando um quadro de deficiência mental, todos os indivíduos podem progredir cognitivamente. A educação de alunos com deficiência mental deve investir no desenvolvimento de todas as potencialidades, preparando-os para enfrentar o mundo que os cerca. Isso inclui o investimento na alfabetização e no cálculo e estabelecer estratégias de ação que estimulem a percepção, a discriminação , a motricidade, a autonomia, a comunicação, etc, pois essas constituirão estruturações necessárias para que as aprendizagens possam revestir-se de significado para o aluno".

Autismo


Lendo as postagens no Fórum referente a Autismo,produzido pela interdisciplina: Educação de Pessoas com Necessidades Especiais, achei interessantes as colocações de Paulo Medeiros que explicam que o autismo é classificado como um distúrbio do desenvolvimento humano. A respeito do autismo a ciência ainda diverge e muitas questões se encontram por responder. O autismo não segue o que podemos chamar de padrão, pois apresenta diversas características. Conduto, basicamente o que se observa, geralmente antes dos três anos, problemas para que a comunicação se efetive, assim como na interação com outras pessoas e no emprego do poder imaginativo. É comum que o autista olhe para o outro como se através do seu corpo, justamente porque, para ele, a outra pessoa não se encontra necessariamente presente. Falar com o autista ou chamar pelo seu nome pode nada significar. Eles são indiferentes às pessoas, ou podem demonstrar verdadeiro terror. Contudo, também pode ser observada a passividade durante a tentativa de um contato, e até reações amigáveis. Há ainda aquele autista que age de forma inadequada, não necessariamente dentro do contexto.O autismo afeta certas áreas do cérebro, acarretando uma desordem comportamental, a qual passa pela comunicação e pelos relacionamentos basicamente. A imagem que temos do autista é que eles vivam numa espécie de bolha, isto é, que construam um mundo próprio, silencioso, letárgico e passivo. A bem da verdade, quando uma criança autista fica em um canto, distante, observando outras brincarem, seu distanciamento não se dá pela apatia ou por estar em \"outro mundo\", mas porque a criança tem inabilidade para tomar a iniciativa de iniciar e dar continuidade a uma conversa, indispensáveis em tal contexto. Como todo distúrbio, pude apurar que o autismo tem suas próprias características, que podem variar de um indivíduo para outro:
1. Inabilidade para interagir;
2. Problema para estabelecer e manter contato visual, empregar os ricos gestos e expressões faciais de que dispomos no cotidiano;
3. Extremamente seletivos na socialização;
4. Comportamentos repetitivos;
5. Interesse extremado em um padrão, como o movimento circular por exemplo;
6. Assumem manias, ou seja, rotinas cotidianas;
7. Podem desenvolver interesse por um determinado tema e falar insistentemente a respeito;
8. Movimentos repetitivos, como agitar, girar ou torcer suas mãos;
9. Fixação não no todo, mas em determinada porção, como o cabelo de uma boneca ou uma única roda de um carrinho. Esta mesma fixação pode se revelar em relação a outro ser humano, ficando a tocar em seu cabelo ou sua boca;
10. Surtar quando sua rotina é alterada;
11. Tendência a seguir ao pé da letra o que alguém diz, pela incapacidade de compreender a linguagem figurada ou uma expressão idiomática.

A Deficiência Física e as Situações Desafiadoras


Lendo, a pág. 18 da leitura indicada no Cap. 1 do Livro Atendimento Educacional Especializado estudei sobre a plasticidade neural no ambiente escolar.
"O ambiente escolar promove desafios de aprendizagem. Privar uma criança ou um jovem dos desafios da escola é impedi-los de se desenvolverem. Não podemos aprisionar a nossa concepção equivocada de limitação. O estudo da plasticidade neural vem nos demonstrar que o ser humano é ilimitado e que apesar das condições genéticas ou neurológicas , o ambiente tem forte intervenção nesses fatores. Quanto mais o meio promove situações desafiadoras ao indivíduo, mais ele vai responder a esses desafios e desenvolver habilidades perdidas ou que nunca foram desenvolvidas. Se propusermos situações de acordo com a limitação da criança, ela não encontrará motivos para se sentir desafiada.\" \"Uma criança com atraso no desenvolvimento motor, ou com uma paralisia cerebral, quando incluída num ambiente escolar inclusivo, tem inúmeras razões para se sentir provocada e desenvolver habilidades que não desenvolveria em um ambiente segregado. Este foi o caso de minha aluna Mari(nome fictício)em 2007, do 2º ano, que tinha problemas na fala e na parte motora. Tinha problemas de equilíbrio e caminhava desordenadamente. Para chegar até a sala de aula precisava passar por duas escadarias. Os colegas se comprometeram e auxiliavam Mari ao descer e subir as escadas. Todos interagiam e gostavam de auxiliar a menina. Mari era bastante corajosa, ela nunca se deixou abater por suas dificuldades, enfrentava as situações com naturalidade. Passado algum tempo, Mari já conseguia subir e descer as escadas sozinha, somente se segurando no corrimão, os colegas, funcionários ou professores nem precisavam mais segurá-la ou apoiá-la com as mão. Mais algum tempo passado e foi notável, Mari já nem precisava mais do corrimão, já se aventurava em subir e descer as escadas sozinha , sem se segurar. Todos se admiravam da força de vontade de Mari, dos cuidados dos colegas com a mesma e do progresso que a menina teve . Apesar de ter sido arriscado a utilização das escadas ao mesmo tempo foi proporcionada a menina uma forma de superação, a menina se sentia muito feliz em poder subir e descer as escadas, sem medo.

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domingo, 7 de junho de 2009

Método Clínico Piagetiano


O Método Clínico Experimental de Jean Piaget apresenta-se como possibilidade investigativa do nível de pensamento da criança. Ao refletir sobre a teoria Psicogenética, chega-se ao Método Clínico Experimental, que possibilita à Psicopedagogia recursos para avaliação do potencial criativo e cognitivo da criança. Conhecer o nível de pensamento de um criança, justifica-se visando a possibilidade de interferências criativas, pela visão construtivista-interacionista, provocando com reflexões as desacomodações necessárias para avançar aos níveis subsequentes de pensamento.
O Método Clínico não está resumido em conversas com as crianças. Considerando que é um método para investigar como elas pensam, percebem e agem, embora seja usado a entrevista verbal, a essência do método não está na entrevista, mas sim “No tipo de atividade do experimentador e de interação com o sujeito” (Del val, 2002, p. 67).
A riqueza de situações que podem ser incluídas nas entrevistas, faz deste método um instrumento de avaliação dinâmico, interessante, revelador, criativo e reflexivo tanto para o entrevistador, como para o entrevistado.
Um aspecto que deve ser ressaltado como intrigante e motivador na aplicação do método clínico, é que o entrevistador tem diante de si um sujeito único, que tem uma coerência interna, com toda a singularidade e especificidades da condição humana. O método clínico vai procurar o que há de universal neste sujeito . As características gerais das explicações, a maneira como o indivíduo resolve os problemas apresentados, como chega às suas explicações, perceber se busca coerência, se percebe as contradições, e também, de forma mais peculiar, o que há de criatividade nas suas respostas.


Bibliografia:

BAMPI, Maria Alice Moreira. O método clínico experimental de Jean Piaget como referência para o conhecimento do pensamento infantil na avaliação psicopedagógica. 2006. 104f. Dissertação (Mestrado em Psicopedagogia) – Programa de Pós-Graduação da Universidade do Sul de Santa Catarina, Florianópolis,SC.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Educação, Civilização e Barbárie

Theodor Adorno, num artigo de 1968, influenciado pela Psicanálise, diz entender por barbárie a agressividade primitiva humana, os impulsos de destruição que tem por propósito destruir as conquistas da civilização, tais como a ética, o direito, a democracia as ciências, a idéia de progresso, etc.
No seu tempo, Adorno apontava como maior das barbáries o genocídio praticado pela política nazista de extermínio em massa dos judeus. No sistema democrático capitalista, o pensador alemão também identificou a barbárie na arte, na cultura ,na educação, na mídia, cujos sintomas uma reação desproporcional em ato que faz oposição aos avanços da civilização. O autor alemão considera a falência da cultura e da educação a “razão objetiva da barbárie”; a bárbárie se autoriza numa sociedade onde a cultura e a educação deixam de ser prioridade tanto do governo como da sociedade civil.
Para Adorno, tanto a estrutura básica da sociedade moderna, quanto a maneira de agir de seus membros não mudaram, mesmo vinte e cinco anos após o Holocausto.
De nossa parte, consideramos que, 60 anos após, os horrores do genocídio não se distinguem de outros sofrimentos que a sociedade nos impõe todos os dias, o que identifica o Holocausto não como uma aberração, mas uma decorrência da modernidade.
Estaríamos hoje sofrendo um processo de barbarização da sociedade. A falta de respeito para com o próximo, a falta de vergonha, a indiferença para com o sofrimento dos outros, a exclusão social, a competição insana entre nações, grupos e pessoas, atos criminosos como por exemplo , no Brasil ,onde moradores de rua, indefesos, são covardemente mortos a pauladas, a matança de crianças, etc. são alguns dos sintomas de barbárie do nosso cotidiano.,
Segundo Adorno, o que outrora era exemplificado apenas por alguns monstros nazistas pode ser constatado hoje a partir de casos numerosos, como delinquentes juvenis, lideres de quadrilhas e tipos semelhantes, diariamente presentes no noticiário.
Num quadro de perspectivas sombrias, Adorno (1972), sustentava esperança na educação e na cultura – e não na repressão policial , na guerra ou no terror. Inicialmente caberia a educação e a cultura um papel fundamental para evitar a disseminação da barbárie no mundo. Cabe a escola, a universidade e a mídia uma importante função: ser agentes da civilização.
Adorno, por sua vez, é enfático quando observa que a “questão mais urgente da educação contemporânea é a desbarbarização” da humanidade(...); a desbarbarização da humanidade é a precondição imediata de sua sobrevivência”(1995b:101-103).
Finalizando, creio que temos de ser otimistas e entender que a dimensão humana pode ser educada e transformada em desejo canalizado em prol da cultura, da linguagem dialógica e da construção de uma verdadeira civilização dotada sobretudo de sabedoria.

Combate à Discriminação Racial na Sala de Aula

Trabalho com alunos do 2º ano do ensino fundamental de 9 anos e percebo que os alunos entre 6 e 7 anos , da escola onde desenvolvo minha docência , não fazem discriminações, entre eles, por causa da cor da pele. Outros fatores como o colega estar mau cheiroso ou utilizando roupas sujas e rasgadas são motivos para que discriminação aconteça , muitas vezes.
Penso que o espaço escolar deve ser aproveitado para discussões à respeito dos tipos de discriminações existentes, destacando o respeito às diferenças . O uso de ações de valorização da cultura africana realizadas na escola podem promover um conhecimento de si e do outro em prol da reconstrução das relações raciais desgastadas pelas diferenças ou divergências étnicas.
O ensino de história da África e da cultura afro-brasileira em todas as escolas do Ensino Fundamental e Médio, é obrigatório por Lei. Os professores precisam valorizar a identidade negra e trabalhar isso como conteúdo pedagógico. O racismo deve ser trabalhado como conteúdo nas várias áreas que possibilitem tratar o assunto. A abordagem das questões raciais deve ser contextualizada na realidade dos alunos, promovendo uma análise crítica do assunto, visando a transformação dos conceitos preconceituosos. As situações de desigualdades e discriminações presentes na sociedade e em nosso cotidiano devem ser discussões estratégicas para conscientização dos alunos quanto a luta contra todas as formas de injustiça social.
Para o fortalecer o reconhecimento, a aceitação e o respeito à diversidade racial, deve-se promover o orgulho racial dos nossos alunos e promover maior conhecimento sobre as heranças culturais.

domingo, 17 de maio de 2009

Conflito Moral


A interdisciplina de Filosofia, proporcionou-me um estudo referente ao Filme "Clube do Imperador", que conta a história de William Hundert, um competente professor de história, amante da História Antiga, dedicado e apaixonado por seu trabalho que desenvolve na escola St. Benedict.
A escola é frequentada pela elite americana , é somente para rapazes ricos.
Na turma do professor Hundert chega o aluno Sedgewick Bell, arrogante, filho de um político importante do País.
O professor confronta-se com este aluno, mas aposta na capacidade do mesmo, chegando a trapacear na classificação do famoso jogo “Júlio César”.
A cena que mostra o professor passando Bell na frente de outro candidato, com esperança de se surpreender e acreditar que o aluno conseguiria vencer o jogo por seus próprios méritos apresentou um conflito moral, o professor foi injusto, mas por acreditar e apostar na mudança de caráter do aluno , o fez.
O professor se decepciona muito ao notar que na hora do concurso Bell estava colando nas perguntas.
O professor ficou abalado e não se conformou com a situação, passou por cima de seus princípios, apostando no crescimento do aluno. Hundert, tomou a decisão de trapacear , acreditando que estaria fazendo algo que seria bom e positivo, que contribuiria para o bem do próximo, porém sua atitude foi em vão, o aluno não mudou de caráter. O mestre idealista, mesmo utilizando recursos indevidos, não conseguiu dar um verdadeiro significado à vida do aluno, o mesmo continuou a se contentar com sua própria estupidez e com a influência e o dinheiro do pai para conquistar sua ascensão.
Como pôde o professor achar que trapaceando no concurso, conseguiria mudar o caráter de um aluno? O próprio professor não demonstrou caráter ao fazer isto, apesar de ter apostado em estar tomando uma atitude que repercutiria positivamente na vida de um aluno conflituoso.
Mas, e o aluno Martin, que verdadeiramente estava classificado? O professor foi muito injusto com ele. A atitude do professor foi muito incorreta.
O educador deve educar para mudanças, buscando a autonomia e a liberdade, trabalhando sempre o lado positivo dos alunos afim de promover, ou melhor, aguçar as capacidades de aprendizagem e propiciando a formação cidadã consciente, porém para isso, jamais deverá utilizar-se de meios injustos ou mentirosos.
A ética e a honestidade devem ficar acima de qualquer expectativa ou interesse pessoal que enverguem para um lado obscuro.
Infelizmente, alunos medíocres e arrogantes existirão e para eles fica o conselho de Aristófanes, citado em uma das cenas do filme:
“A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre”.
“Os sábios que aproveitem o que lhes é ensinado”.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Estádios do Desenvolvimento


Para Piaget, o desenvolvimento é processo de equilibração constante, através da construção de estruturas variáveis, visando à adaptação do indivíduo ao mundo exterior, por meio da assimilação e da acomodação. Os principais estádios do desenvolvimento mental são:
Sensório-Motor (0 a 2 anos): Desenvolvimento da consciência do próprio corpo, diferenciado do restante do mundo físico. Desenvolvimento da inteligência em três estágios: reflexos de fundo hereditário, organização das percepções e hábitos e inteligência prática.
Pré-Operacional (2 a 7 anos): Desenvolvimento da linguagem, com três consequencias para a vida mental: a)socialização da ação, com trocas entre indivíduos; b)desenvolvimento do pensamento, a partir do pensamento verbal: finalismo (porquês), animismo e artificialismo; c) desenvolvimento da intuição : as crianças pensam e dão explicações na base de intuições – pressentimentos – em vez de lógica.
Operações Concretas (7 a 12 anos): Desenvolvimento do pensamento lógico sobre coisas concretas, compreensão das relações entre coisas e capacidade para classificar objetos, aparecimento das noções de conservação de substância, peso e volume. As crianças estão se tornando capazes de pensar através de problemas, mentalmente, mas sempre pensam em objetos reais (concretos), não em abstrações. Desenvolvimento de habilidade maior de compreender regras.
Operações Formais ( 12 anos em diante): Desenvolvimento da capacidade para construir sistemas e teorias abstratos, para formar e entender conceitos abstratos, como os conceitos de amor, justiça, democracia, etc., do pensamento concreto sobre coisas, passa para o pensamento abstrato, “hipotético- dedutivo”, isto é, o indivíduo se torna capaz de chegar a conclusões a partir de hipóteses.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Relato de Experiência:

Não diferente de outras escolas, na escola em que trabalho foram construídas algumas rampas para cadeirantes, dando a impressão que a inclusão teria somente esta principal preocupação e solução para os casos que teríamos. Na verdade desde que foram construídas as rampas até hoje não recebemos nenhum aluno que fosse precisar delas, mas muitos com outros tipos de necessidades bastante delicadas.Gostaria de ressaltar o caso de uma aluna anã , que já estuda na escola a 4 anos, iniciando na 2ª série. Na época que a menina iniciou a estudar em nossa escola a SMED nos mandou mesinha e cadeirinha especiais para a menina. Na 3ª e 4ª séries ela também utilizou-as, porém agora que foi para a 5ª série e já esta entrando na adolescência não quis mais utilizá-las, preferindo as classes e cadeiras iguais as dos colegas, apesar de sentir-se desconfortável. A aluna sempre foi tratada com carinho e obteve muitos cuidados por parte dos colegas, professores e funcionários, porém , sua irmã que estuda na mesma escola não dá atenção a mesma e tem vergonha dela perante os colegas. Como pode?A própria irmã é quem discrimina a menina dentro da escola. Tivemos um trabalho bastante delicado para realizar principalmente com a família da menina, de valorização e de conscientização. É incrível mas neste caso notava-se claramente que a menina era tratada com discriminação dentro da própria família. Então fico pensando, quantos casos mais devem existir como este? Em que a própria família que deveria ser o principal local de afeto , respeito e acolhimento para o portador necessidades especiais, infelizmente , não é.

Histórico e Legislação da Educação Especial

A Educação Especial, como modalidade da Educação Escolar, organiza-se de modo a considerar uma aproximação sucessiva dos pressupostos e da prática pedagógica social da educação inclusiva, a fim de cumprir os seguintes dispositivos legais e políticos filosóficos.

A Educação Especial- modalidade da Educação Escolar- é expressada pela primeira vez na LDB 4.024/61, cujo conteúdo do texto legal aponta que a educação das pessoas com deficiência deve enquadrar-se no sistema geral de educação. Já na LDB 5.692/71 fica expresso o tratamento especial para alunos com deficiência física, mental e os superdotados.

A atual LDB 9.394/96, no seu texto ( Capítulo V- Da Educação Especial) expressa que a educação das pessoas com deficiência, preferencialmente se dará na rede regular de ensino. As discussões da Educação Especial, além de contemplar o modo de sua oferta, escola regular/escola especial, deverão aprufundar e redimensionar o trabalho realizado com as pessoas com deficiência, superando uma prática centrada na abordagem clínica e assistencial.

Legislações:

Da Constituição Federativa do Brasil/ 1988:

Artigo 208 - III Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

Lei 8.069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente:

Artigo 54 - è dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

III - Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

A Declaração de Salamanca - Sobre Princípios, Política e Prática em Educação Especial - Conferência Mundial de Educação Especial/ Salamanca- Espanha junho de 1994, trata no seu texto sobre a Educação para Todos.

Parecer 441/2002 - Comissão Especial de Educação Especial.

Parâmetros para a oferta da educação especial no sistema Estadual de Ensino. "As Diretrizes Nacionais para a educação especial coerentes com o momento histórico e embebidas desse debate elegem a inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais na escola regular, como o caminho preferencial, admitindo formas alternativas de atendimento apenas quando essa inserção preferencial não for possível total ou parcialmente".

Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de fevereiro de 2001 - Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Modelos Epistemológicos e Modelos Pedagógicos


A interdisciplina de Psicologia II, proporcionou-me estudos referentes aos Modelos Epistemológicos, teorias que explicam o processo de aprendizagem. A Epistemologia Empirista (pedagogia diretiva), configura uma reprodução do autoritarismo, da coação da heteronomia, da subserviência, do silêncio da morte da crítica, da criatividade e da curiosidade , que considera o aluno como uma tabula rasa não somente quando ele nasceu como ser humano, mas frente a cada conteúdo estocado na sua grade curricular, ou nas gavetas de sua disciplina, a Epistemologia Apriorista( pedagogia não-diretiva)acredita que o ser humano nasce com o conhecimento já programado em sua herança genética e o aluno, pelas suas condições prévias, anula a ação do professor o qual renuncia àquilo que seria a característica fundamental da ação docente: a intervenção no processo de aprendizagem do aluno.
A Epistemologia Interacionista (pedagogia relacional)acredita que o aluno só construirá algum conhecimento novo se o professor agir e problematizar sua ação.
A tarefa principal do professor não é transmitir conhecimento. Ao invés disso, consiste em assegurar que as crianças atuem física e mentalmente. Estes atos devem ser do tipo que seja importante para o desenvolvimento humano, especialmente interações sociais que enfatizam a linguagem e a manipulação de objetos para resolução de problemas.
Piaget enfatiza a interação social como condição necessária para o desenvolvimento intelectual. As crianças precisam falar , discutir e disputar com outras crianças. O professor precisa cuidar que a interação social, tenha um lugar proeminente na programação diária do ensino.
O clima psicológico dentro da sala de aula é de suma importância e é determinado principalmente pelo professor. As conclusões de Piaget sugerem que este clima deve ser de liberdade e espontaneidade. Isto não deve ser interpretado como um clima de "lassez-faire" em que o professor não dirige nem ajuda. Ao invés disso o professor providencia materiais, sugere atividades, trabalha com e ajuda os alunos. Conversa espontânea é permitida e a troca de idéias, estimulada. O professor faz com que atividades produtivas sejam maximizadas e que o caos não ocorra.

Bibliografia:
BECKER, Fernando. Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos.

quarta-feira, 11 de março de 2009

EIXO VI

Disciplinas em que sou aluna:
Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da PsicologiaII
Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais
Filosofia da Educação
Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História
Seminário Integrador VI

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Trabalho Final do Semestre- 2008/2



Versão Final do Portfólio de Aprendizagens
EIXO V - 2008