segunda-feira, 21 de setembro de 2009

*O Letramento adotado pela Escola


Na prática, o que se observa muitas vezes é que a escola não vem desenvolvendo atividades de leitura e escrita dentro de uma perspectiva ampla, onde haja realmente um processo dinâmico e ativo, ou seja, ler algo implica em não só saber o seu significado, mas também trazer aquilo que foi lido para nossa visão de mundo como leitor. Se a escola conceber o processo de ler e escrever como um processo dinâmico, naturalmente estará priorizando a formação de um leitor crítico e criativo, um sujeito letrado.
Existem educadores, que preocupam-se em enfatizar somente o trabalho de levar os educandos a adquirir os mecanismos básicos da grafia que lhes permitam o acesso ao mundo escrito. Aprender a ler e escrever não se restringe apenas em uma decodificação de signos linguisticos. Em nossa sociedade atual, não basta apenas dominar as técnicas de leitura e escrita, mas é necessário saber fazer uso do ler e escrever, saber responder as exigências de leitura e escrita que essa sociedade faz continuamente.
Kleiman (2006) fala que agências de letramento como a família, igreja e a rua como lugar de trabalho, mostram orientações de letramento muito diferentes da escola que é a mais importante das agências de letramento.
Segundo Street (1984), existem duas concepções de letramento que são a autônoma e a ideológica as quais se contrapõe.
O modelo autônomo é considerado por pesquisadores um tanto parcial e equivocado, é o modelo que prevalece na nossa sociedade, vem se reproduzindo desde o século passado. Neste modelo a escrita é um produto completo em si mesmo, que não estaria preso ao contexto de sua produção para ser interpretado, no modelo ideológico podemos notar que a escrita não constitui a parte essencial, o letramento envolve também a oralidade, o diálogo e uma ampla prática discursiva.
Através da leitura do escrito, a criança poderá reconhecer não só a leitura do real, que ela já faz, mas também ascender a outras visões do mundo, com as quais poderá dialogar, modificando, enriquecendo, questionando o texto do "outro" e/ou sua própria realidade.
Bibliografia:
Kleiman, Modelos de Letramento e Práticas de Alfabetização na Escola, 2006.

2 comentários:

Patrícia_Tutora PEAD disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patrícia_Tutora PEAD disse...

Oi Rita, nessa postagem expressas as tuas reflexões sobre linguagem na escola. Como procuras trabalhar esses aspectos com os teus alunos? O que as leituras feitas nessa interdisciplina te levaram a pensar sobre a tua forma de trabalhar com a linguagem em sala de aula? Abraços