sábado, 29 de maio de 2010

Contos de Fadas









É tendo contato com qualquer forma de literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar , transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Então, já nos primeiros anos de vida é aconselhavel que a criança tenha contato com histórias inventadas ou extraídas da tradição familiar.

De acordo com a escritora Fanny Abramovich, "quando as crianças ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara sentimentos que têm em relação ao mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como medos, sentimentos de inveja e carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinarem infinitos assuntos". Além disso é por meio de uma história que a criança pode descobrir outros lugares, etnias, tempos e etc. Dessa forma quanto mais cedo as crianças tiverem contato com os livros mais cedo irão perceber o prazer que a leitura produz, sendo maior a probabilidade de ela se tornar um adulto leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo, o que acredito ser o principal objetivo da contação de histórias.

Os contos de fadas são histórias muito interessantes porque as crianças se identificam com elas, e passam a querer ouví-las incontáveis vezes, por sentir que naquele personagem há algo semelhante ao que vive ou sente no momento.

Cito agora, alguns trechos esclarecedores da Obra "Como e por que ler Clássicos Universais desde cedo" de Ana Maria Machado, p.15:

"Clássico não é livro antigo e fora de moda. É livro eterno que não sai de moda".

"O primeiro contato com um clássico, na infância e na adolescência, não precisa ser original. O ideal mesmo é uma adaptação bem-feita e atraente".

Na pág. 19-20:

"Muita gente fala em prazer da leitura, mas às vezes essa noção fica um pouco confusa. Claro existe um elemento divertido, de entretenimento, em acompanhar uma história engraçada, emocionante ou cheia de peripécias. É uma das alegrias que o livro pode proporcionar, mas essa é apenas a satisfação mais simples, evidente e superficial. Há muito mais do que isso. Muito mesmo , como sabe qualquer leitor.(...) a leitura dos bons livros de leitura traz também ao leitor o outro lado dessa moeda: o contentamento de descobrir em um personagem alguns elementos em que ele se reconhece plenamente. Lendo uma história, de repente descobrimos nela umas pessoas que, de alguma forma, são tão idênticas a nós mesmos, que parecem uma espécie de espelho. Como estão, porém em outro contexto são fictícias, nos permitem um certo distanciamento e acabam nos ajudando a entender melhor o sentido de nossas próprias experiências. Essa dupla capacidade de nos carregar para outros mundos e , paralelamente, nos propiciar uma intensa vivência enriquecedora é um dos grandes prazeres de uma boa leitura".
Nesta semana, de 24 a 28/05 eu e minha turma trabalhamos com os Contos de Fadas. Foi um tema bastante rico, pois proporcionou aos alunos muita imaginação, curiosidade, reflexão sobre a realidade, busca pelo conhecimento, desenvolvimento da linguagem, além de trabalhar as emoções, a atenção e a observação.
As histórias escolhidas pelos alunos foram Pinóquio, Chapeuzinho Vermelho, Patinho Feio, Os Três Porquinhos e Branca de Neve.
Realizamos atividades bastante diversificadas envolvendo as mesmas, como: teatro de fantoches, dobraduras, escrita das histórias, criação de histórias diferentes embasadas nas originais, estudo de diferentes moradias e de animais ovíparos e vivíparos, construção de adições e multiplicações, bricadeiras musicais e outras.
Certamente, com os trabalhos desenvolvidos a partir dos Contos de Fadas, pude colaborar na condução do gosto pela leitura, que levará os alunos ao conhecimento de novos horizontes fantásticos.


Bibliografia:

ABRAMOVICH, Fanny.Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione ,1989,

MACHADO, Ana Maria. Como e porque ler os clássico universais desde cedo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2002.

sábado, 22 de maio de 2010

Tecnologia na Educação







A chegada das Tecnologias de Informação e comunicação na escola evidencia desafios e problemas relacionados aos espaços e aos tempos que o uso das tecnologias novas e convencionais provoca nas práticas que ocorrem no cotidiano da escola. Para entendê-los e superá-los é fundamental reconhecer as potencialidades das tecnologias disponíveis e a realidade em que a escola se encontra inserida, identificando as características do trabalho pedagógico que nela se realizam, de seu corpo docente, de sua comunidade interna e externa.
Esse reconhecimento favorece a incorporação de diferentes tecnologias (Computador, Internet, TV, vídeo...) existentes na escola à prática pedagógica e outras atividades escolares nas situações em que possam trazer contribuições significativas.As tecnologias são utilizadas de acordo com os propósitos educacionais e as estratégias mais adequadas para propiciar ao aluno a aprendizagem, não se tratando da informatização do ensino que reduz as tecnologias a meros instrumentos para instruir o aluno.
No processo de incorporação das tecnologias na escola, aprende-se a lidar com a diversidade, a abrangência e a rapidez de acesso às informações, bem com as novas possibilidades de comunicação e interação, o que propicia novas formas de aprender, ensinar e produzir conhecimento, que se sabe incompleto, provisório e complexo.
Se a escola não inclui a tecnologia na educação das novas gerações,ela está na contramão da história, alheia ao espírito do tempo. Quando o professor convida o aluno a visitar um site, ele não apenas lança mão da nova mídia para potencializar a aprendizagem de um conteúdo curricular, mas contribui pedagógicamente para a inclusão deste aluno no mundo tecnológico.
A contribuição da educação para a inclusão do aluno, no mundo tecnológico, exige um aprendizado prévio por parte do professor.
Perrenoud (2000), diz que "as tecnologias da informação e da comunicação são instrumentos que podem ser criadoras e recriadoras da realidade na escola, por este motivo é que devem ser utilizadas de forma responsável no sentido de se obter resultados satisfatórios, ajudando ao professor a cumprir sua função social na escola, tendo o máximo de cuidados para não obter resultados contraditórios".

No dia 21/05, o Diretor da escola em que trabalho, instalou na sala de telecine da escola , um Noot Book interligado na TV digital de 42 polegadas. A partir desta ação pude trabalhar com os alunos, no computador, jogos de alfabetização, como: jogo dos pares (palavras/figuras), quebra-cabeça (palavras/figuras) jogo de memória (palavra/figura, figura/primeira letra). Um aluno de cada vez realizava uma jogada no computador enquanto todos os outros podiam acompanhar as jogadas visualizando pela TV. Os alunos auxiliavam os colegas, davam opiniões e realizavam comentários. Por enquanto nossa escola está sem LABIN (está previsto para ser montado em julho, com 30 computadores), por tanto no momento, precisamos realizar trabalhos que envolvem as tecnologias com o que temos, mesmo sendo um material precário.
A atividade dos jogos no computador foi bastante rica e proveitosa, todos os alunos de minha turma puderam participar e acompanhar pela TV todos os movimentos dos jogos. Além de desenvolverem o manuseio do computador, os alunos desenvolveram também a leitura e a escrita de palavras.

Bibliografia:
Integração das Tecnologias na Educação-Salto para o Futuro-Secretaria de Educação à Distância.Brasília:Ministério da Educação,Seed,2005.204p.;il
PERRENOUD, Phillippe. Dez Competências para Ensinar. Porto Alegre: Artmed.2000.

sábado, 15 de maio de 2010

Brinquedos e Brincadeiras




Trabalhei com o projeto "BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS" na semana de 10/05 a 14/05,com minha turma de 2º ano. Este projeto teve por finalidade proporcionar aos alunos um ambiente lúdico, facilitando a integração entre eles e modificando o quadro de agressividade tão comum hoje em dia. Descobrindo outras formas de expressar-se, o aluno vai se sentindo mais feliz e percebendo os outros como companheiros para desenvolver brincadeiras e jogos, gerando assim, diversos momentos de sociabilidade.
Para a criança é importante que seu corpo e sua mente estejam em movimento, impulsionados pelo prazer da ação que realiza em uma constante situação de entusiasmo, diálogo e comunicação.
Distanciando-se dos problemas do dia-a-dia e absorvidos pela brincadeira, os alunos, vão pouco a pouco reestruturando sua afetividade, comportamento e compreensão da realidade. As brincadeiras proporcionam momentos de liberdade...
No mundo infantil, quem brinca, brinca pra valer, e brincando reencontra a alegria, e, nessa liberdade em poder brincar os alunos vão sendo educados e vão adquirindo novas aprendizagens.
Ao desenvolver o projeto percebi claramente que durante o brincar , ocorreu entre os alunos um processo de troca, partilha, confronto e negociação, gerando momentos de equilíbrio e desequilíbrio, e propiciando novas conquistas individuais e coletivas. Pude constatar que a ação de brincar é fonte de prazer e , ao mesmo tempo fonte de conhecimento.

Na obra "A CRIANÇA E SEU MUNDO", Winnicott faz colocações fundamentais sobre a brincadeira. Dentre elas podemos citar:

"As crianças têm prazer em todas as experiências de brincadeira física e emocional(...)

(...)Deve-se aceitar a presença da agressividade, na brincadeira da criança(...)

A angústia é sempre um fator na brincadeira infantil e frequentemente, um fator dominante.

(...) A brincadeira é a prova evidente e constante da capacidade criadora, que quer dizer vivência.

(...) As brincadeiras servem de elo entre, por um lado, a relação do indivíduo com a realidade interior, e por outro lado, a relação do indivíduo com a realidade externa compartilhada.

Os adultos contribuem, neste ponto, pelo reconhecimento do grande lugar que cabe à brincadeira e pelo ensino de brincadeiras tradicionais, mas sem obstruir nem adulterar a iniciativa própria da criança."



Bibliografia:

WINNICOT .D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

TEMPO



A importância de trabalhar a noção de tempo na escola é a de preparar o aluno para entender o tempo, como uma dimensão contínua, que passa sem cessar, além disso a criança passa a ver que o tempo abrange momentos(tempo físico) sobre o qual os homens inscrevem suas diferentes trajetórias, frutos de suas relações sociais (tempo histórico).
Um tópico muito interessante de ser lembrado é que a noção de tempo é a mais abstrata e de difícil compreensão para a criança.
Beatriz Aisenberg (1994, p. 138) nos diz:
" Os conhecimentos anteriores (as teorias, as noções já construídas) funcionam como marco assimilador, a partir do qual se outorgam significados aos novos objetos do conhecimento. Na medida em que se assimilam novos, significados, esse mesmo marco vai se modificando, se enriquecendo. É assim como passamos de um estado de menor conhecimento para outro de maior conhecimento".
Sendo assim, a partir da idéia desta autora, aproveitando o Projeto "Homenagen às Mães", realizei a atividade de linha do tempo com meus alunos ( 2º ano do ensino fundamental) pedindo inicialmente que realizassem uma pesquisa junto de seus familiares , referente a fatos marcantes que aconteceram em cada ano de suas próprias vidas através de preenchimento de uma ficha realizando desenhos ou escrevendo.
Após preenchidas as fichas de pesquisa, foram feitas observações e comparações referentes aos fatos registrados por cada um.
Em um outro momento , foi pedido aos alunos que trouxessem fotos deles com idades diferentes a atual (anteriores).
Observamos as fotos, conversamos em que momento e lugar elas foram registradas e após foi montado um painel com a colagem das fotos em ordem cronológica ,de acordo com a idade dos mesmos no momento da foto.
Para surpresa dos alunos, levei fotos minhas de quando era bebê e criança. Os alunos ficaram maravilhados ao perceberem que a professora também já foi criança um dia.
Com o desenvolvimento destas atividades relatadas, os alunos puderam perceber o que existe de comum e de diferente em relação a sua história e a de seus colegas, foram estimulados à capacidade de auto-observação, identificando marcas de mudança no seu corpo, que foram associadas com a noção de passagem do tempo. O desenvolvimento da sucessão de fases biológicas na vida de cada um auxilia no desenvolvimento da noção de tempo histórico.
A atividade de pesquisar fatos marcantes que ocorreram em suas vidas ajudou cada criança a reconstituir seu passado pela própria memória dela e de seus familiares e promoveu um encontro bastante afetivo entre as crianças que trocaram suas experiências e as socializaram.



Fontes de Pesquisa:

Estudos Sociais - Teoria e Prática , unidades III e IV. ACCESS
AISENBERG, Beatriz e ALDEROQUI,Silvia (comps). Buenos Aires:Paidos, 1994. Tradução:Maria Aparecida Bergamaschi

sábado, 1 de maio de 2010

O Jogo e a Aprendizagem




Trabalhando o projeto "O QUE VOU SER QUANDO CRESCER?", sobre profissões aproveitei para dialogar com os alunos sobre a exploração do trabalho infantil. Para este assunto tornar-se de fácil entendimento pelos alunos e ser abordado de uma maneira agradável proporcionei aos alunos uma atividade envolvendo um jogo de tabuleiro sobre o combate ao trabalho infantil promovido pela OIT e CENPEC . O nome do jogo é "Bem-Vindo à Escola" e consiste em proporcionar divertimento e ao mesmo tempo, reconhecer as características negativas do trabalho infantil e a importância do cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente para por fim a essa exploração. O jogo contém um tabuleiro contendo 4 casas de partida,o caminho para a escola e a escola ao centro. Os alunos jogam o dado e avançam suas fichas observando as indicações das casas. Durante o jogo os alunos demonstraram muito envolvimento nas situações vivenciadas , tendo este fato dado um papel de destaque na aprendizagem dos mesmos.
"O jogo tem um fator mágico em sua relação com os alunos , que estão sempre dispostos a jogar e brincar. Este fator é talvez um dos mais importantes do jogo, é o que promove a motivação, gerando maior interação e participação envolvendo os alunos e o conhecimento, proporcionando uma aprendizagem de qualidade, adaptada a cada indivíduo, pelo processamento pessoal dessas atividades. No jogo as vivências acontecem de maneira coletiva e individual.
Ao acompanharmos pesquisas sobre o jogo, o brincar e o brinquedo no universo infantil, encontramos os fascinantes pensamentos de Piaget e Vygotsky. Na releitura desses autores, encontramos muitos fatores que aproximam um do outro. Na questão do jogo e do brinquedo, Piaget ilustra muito bem o seu caráter abrangente e imaginativo: "quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não dependendo da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui" (PIAGET, 1971,p.97).
Vygotsky, tem muitas contribuições que podem ser usadas na educação das crianças. Ele afirma por exemplo, que os fatores biológicos são predominantes sobre os sociais no início do desenvolvimento humano. E, pouco a pouco, a integração social torna-se fundamental para o desenvolvimento do pensamento.
Considerando sua teoria, podemos dizer que o jogo é um elemento essencialmente socializador e , consequentemente, algo muito importante para o desenvolvimento humano. Para Vygotsky, a criança é introduzida no mundo adulto pelo jogo e sua imaginação pode contribuir para expansão de suas habilidades conceituais.
Podemos notar que o jogo ajuda no desenvolvimento infantil e é um fator decisivo na aprendizagem de forma geral. Para adquirirmos maior interação envolvendo o professor e o aluno, fundamento para a conquista de objetos educacionais na Educação Escolar, devemos trabalhar com as atividades lúdicas e os jogos como algo importante para alcançarmos nossos objetivos de aprendizagem".

Bibliografia:
PIAGET.Epistemologia Genética. Lisboa:Dom Quixote, 1971.
HAETINGER, Jogos Recreação e Lazer.IESDE, 2008.